O conceito de startup enxuta foi criado pelo empreendedor norte-americano Eric Ries e traz uma nova abordagem de desenvolvimento de produtos e gestão de projetos. A indústria tradicional passou por muitas mudanças no século passado e um dos modelos mais replicados foi o Toyotismo, criado pelo fundador da montadora Toyota, para fazer uma produção de veículos mais flexível, adequada à demanda e às necessidades do cliente. Esse já era um modelo de produção enxuta. A partir daí, Ries propõe esse modelo enxuto, só que voltado aos processos de inovação. Por isso o uso do termo startup enxuta.
Como funciona a startup enxuta?
A base do modelo da startup enxuta é um ciclo que envolve três pilares: aprender, construir e medir. O motivo por trás disso é tornar o aprendizado rápido. Portanto, o processo de ter ideias, fazer a transformação em soluções viáveis e a validação com o cliente deve ocorrer de forma rápida. Com esse ciclo de feedback dos clientes já implantado na empresa, o objetivo é torná-lo cada vez mais acelerado. Assim, é possível evitar uma situação já vivida por muitas empresas: gastar tempo e dinheiro em um produto que não vai gerar uma solução ao cliente.
Para tornar o ciclo mais eficiente, o ideal é recorrer ao Produto Mínimo Viável, o MVP na sigla em inglês. O MVP é uma versão do produto que permite dar uma volta completa no ciclo de desenvolvimento com menos esforço e investimento. O objetivo é ir na direção contrária de um modelo tradicional em que o período de desenvolvimento é longo e, em muitas vezes, não há o aprendizado para fazer um novo ciclo com maiores chances de êxito.
Lições da startup enxuta
Em seu livro A Startup Enxuta, Eric Ries passa por alguns tópicos que traz lições valiosas aos empreendedores que querem entrar no mundo das startups. Confira:
“Cada investimento feito em uma startup é um experimento”
Para Ries, o retorno financeiro deve ser um dado secundário no plano de negócios. O grande ativo de uma startup é mostrar a quantidade de clientes que estão dispostos a testar seus produtos e fornecer feedback. Isso significa que as chances do produto ser aprimorado e agregar valor para seus clientes podem ser muito maiores.
“As empresas fracassam porque não conhecem quem de fato é o seu cliente”
Planos ambiciosos e suposições sem base não garantem o sucesso de um produto. Segundo Ries, quanto mais cedo a startup for ao mercado e se relacionar com potenciais clientes, maiores são as chances de sobreviver e ver suas soluções disponibilizadas e implantadas.
“O objetivo de uma startup não é só criar um produto, mas também uma instituição que dure”
Um conceito diretamente relacionado com a citação anterior e que reforça a importância da gestão para a startup. De nada adianta o produto ser fantástico, se o negócio é administrado como uma empresa de garagem. A startup deve ter metodologias de gestão e aprimorá-las paralelamente ao desenvolvimento de seus produtos.
“Existe uma estratégia diferente que me faria chegar a minha visão?”
O criador do conceito de startup enxuta diz que esse questionamento define a natureza do empreendedor. Segundo ele, os empreendedores são apegados às estratégias iniciais e só as revisam quando a empresa se encontra em dificuldades. Portanto, a estratégia deve ser revista sempre com reuniões periódicas entre os gestores.