Nos últimos anos, a comunicação precisou ser reajustada diante das mudanças que vieram com assuntos de clamor social. O destaque fica para a comunicação digital: se uma marca faz uma campanha com algum teor preconceituoso, todo mundo cai matando e faz textão no Facebook ou em alguma outra rede social.
Em um artigo publicado no blog da revista TPM, Nina Lemos faz uma brincadeira ácida sobre o mundo está chato. Numa parte, ela escreve:
A Mattel, que fabrica a Barbie, anunciou semana passada uma linha de bonecas diferentes e mais próximas da realidade: negras, gordinhas, baixinhas. Pois é, o mundo ficou chato! Ficou chato por que as meninas não vão ter mais como modelo uma loira anoréxica que para ter aquele corpo teria que ter arrancado as costelas? Mas você jura? Na mesma semana, a Lego lançou o primeiro boneco deficiente, em uma cadeira de rodas. Isso faz o mundo ficar chato? Jura? Era mais legal lá nos anos 70, quando a gente brincava de matar índio no Forte Apache?
Vê como as coisas estão mudando? Hoje, se comunicar exige um refinamento ainda maior. Seja pensando na inclusão, no sentido de um slogan publicitário ou no texto de um blog, é preciso refletir sobre todos os setores da sociedade.
O perigo da internet e das redes sociais
E a internet se mostra ainda mais perigosa do que as outras formas de comunicação. A velocidade com que um conteúdo circula é gigantesca. E isso pode ser assustador ou prejudicial para algumas empresas.
Há alguns anos, uma empresa moveleira do Rio de Janeiro criou uma campanha utilizando mulheres de biquíni para divulgar os seus produtos. A internet não perdoou, e caiu em cima. A campanha foi criticada na sua página do Facebook, e a empresa agiu da pior maneira possível. Ela desafiou os críticos a diminuir a nota da empresa na rede social. Caso ela zerasse, eles doariam uma certa quantia para a primeira pessoa que criticou a ação.
Todo mundo sabe que não é difícil gerenciar sua própria página no Facebook. Assim como todo mundo sabe que é bem fácil fracassar na rede social com uma vírgula errada. Falar de machismo, homofobia, racismo e outros tipos de preconceito hoje em dia é importante. E isso pode estar velado na sua campanha ou na comunicação do seu negócio, sem você perceber.
Por isso, separamos as 10 ações que, quando feitas no Facebook, poderá levar o seu negócio ao fracasso. Se você levar em consideração todos esses tópicos, tenho certeza de que a sua comunicação não será careta e conseguirá atingir um público ainda mais amplo.
Não faça piada de gênero ou de raça
Você é daqueles que perde o amigo, mas não perde a piada? Falhar na sensibilidade em assuntos polêmicos vai deixar a sua marca famosa nas redes sociais. Tome muito cuidado com o que você cria e com as coisas que você faz humor. Lembre-se: a máxima de “fale mal, mas fale de mim” pode ser devastadora para um negócio.
Não delete seus erros e preste atenção nos comentários
Você pensou em um post ou em uma campanha que considerou genial. Mas ela não foi bem recebida pelo público. Agora é só apagar o post, certo?
Errado!
A internet é mais instantânea e não perdoa. Um texto errado e ele já vira print, circulando em grupos e blogs e se tornando pauta de conversas.
Ainda que não role um print, quando você apaga uma publicação, compromete sua credibilidade.
O pior é com os comentários negativos recebidos. Falta transparência para o negócio quando se apaga um post ou comentário. Uma boa estratégia é corrigir o post e criar um diálogo com os seus seguidores.
Não posso deletar um comentário ou banir um membro da minha página?
Claro que pode. Não só pode, como deve em algumas situações! Se a pessoa tiver um comportamento preconceituoso ou impróprio, você tem todo o direito de bani-la da sua página. Inclusive, essa ação faz parte das diretrizes do Facebook.
Não crie um perfil pessoal no Facebook para a sua empresa
Porque esperar que as pessoas curtam sua página se você pode utilizar um perfil pessoal e adicioná-las? Com essa ação, você vai ter mais pessoas vendo seu conteúdo.
Esse hábito era extremamente comum quando o Facebook se popularizou no Brasil. Hoje, pequenas empresas ainda fazem isso. E uma das explicações é que elas não entendem como funciona uma página ou como podem atingir o seu público-alvo. O pior é que, com uma denúncia, o perfil pode ser excluído da rede – e você perde todos os seus seguidores e o trabalho feito até então.
Não divulgue no seu perfil pessoal tudo o que a sua empresa faz
Com o Facebook reduzindo a zero o alcance orgânico das páginas, o jeito é utilizar o perfil pessoal, certo? Não!
O alcance dos perfis pessoais é muito maior que o das páginas. Mas isso não significa que toda ação da sua empresa no Facebook precisa ser postada no seu perfil. Com essa atitude, você ganha dois problemas.
- Se torna o chato na sua lista de amigos;
- Corre o risco de ser denunciado por alguém que vê o seu perfil como uma página empresarial, e não pessoal.
Não compartilhe conteúdo dos outros como se fosse seu
Plagiar um conteúdo é a coisa mais fácil de se fazer na internet. O volume de conteúdo online e a velocidade com que ele circula é muito alta. E, ainda assim, muitas pessoas acreditam que copiar o conteúdo de terceiros é uma boa ideia. E é lógico que isso não é legal. Se o autor descobrir, vai reclamar e sua marca vai ficar queimada. Ser criativo é difícil, mas não é impossível. Investir em algo próprio te dá a chance de criar uma linguagem única e estruturar um conteúdo personalizado para o seu negócio.
Não compartilhe tudo o que você achar legal
Se você acha que nunca vai criar conteúdo tão interessante quanto os blogueiros ou influenciadores, está errado. Mas o pior é ficar compartilhando 3 publicações por dia, todo dia, 7 dias por semana. Logo seus seguidores vão perceber que, se seguirem as fontes originais do seu conteúdo (é, não se esqueça de citar a fonte!), vão obter a informação primeiro. É por isso que, às vezes, vale a pena contar com uma agência de conteúdo para te auxiliar neste trabalho. Se quiser entender melhor este assunto, dê uma lida neste outro artigo.
Crie uma frequência de publicações
Vamos supor que você estabeleceu um calendário de publicações para o seu negócio. Isso gerou um punhado de seguidores, que, inclusive, estão interagindo com a sua página. Só que uma semana ficou mais apertada. Na outra, você teve um problema. E na seguinte, você participou de um evento. Foram três semanas sem nenhum post. Quando você volta, decidi fazer 20 publicações em uma semana. Depois, por outras tantas razões, você fica longe do Facebook por 2 meses. E, quando volta, o que acontece? Você está falando sozinho!
Se as suas postagens não tiverem regularidade, seus seguidores vão deixar de receber o seu conteúdo e te esquecer. Lembre-se de estabelecer uma frequência de publicações e sempre deixar algumas cartas na manga. Uma boa dica é programar postagens atemporais ou pensar em conteúdos que sejam rápidos de se produzir.
Nunca deixe um contato sem resposta
É ótimo ser autêntico, original e produzir conteúdo bom com frequência. Porém, é importante que você saiba que a rede social não tem o “social” à toa. Ela foi criada para as pessoas se conectarem e dialogarem. Qual o propósito de você criar conteúdo para chamar a atenção das pessoas, se, quando alguém se interessa a ponto de interagir com você, é ignorado?
O Facebook criou uma seção em cada página que mostra o tempo de resposta para um cliente. Quanto mais rápido você for, melhor será avaliado.
Nunca compre curtidas!
As curtidas são uma métrica relevante. Hoje em dia, porém, elas não são mais tão importantes assim. O que conta é o engajamento e a qualidade do conteúdo.
Muitas pessoas curtem uma página pelo assunto, mas não ligam muito para o conteúdo. Se você recebe um comentário do tipo “eu vi o que você compartilhou”, mas não teve nenhuma interação como uma curtida ou comentário, preocupe-se.
Pessoas que curtem uma página, mas perdem o interesse e não acompanham nada, não é o público ideal para a sua empresa. Como falamos, o destaque para uma página no Facebook é o engajamento – e é isso que você precisa focar.
Entenda como funciona o impulsionamento – e invista nessa ferramenta
O Facebook é uma plataforma inclusiva. O sucesso dele como negócio se deve em grande parte pela facilidade de os usuários mais leigos colocarem dinheiro na rede. Que dificuldade há em clicar no botão “Impulsionar”, escolher 2 ou 3 parâmetros e pronto? Pois é, dá para fazer assim, de qualquer jeito.
Porém, é muito mais interessante desenvolver estratégias e selecionar objetivos diferentes do que só aumentar o “envolvimento com a publicação”. O impulsionamento te possibilita segmentar o público por comportamento, escolaridade, região, empregador e interesses.
Isso só funciona se você estabelecer um planejamento estratégico para o seu negócio. O grande segredo é entender como funciona o impulsionamento e qual é o seu público. Com isso em mente, chegou a hora de investir nessa ferramenta e aproveitar o que o Facebook pode trazer de melhor para o seu negócio!